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Tenho um palpite diferente sobre a não convocação de Ronaldinho Gaúcho para o amistoso contra a Irlanda, na próxima terça. Muitos acham que Dunga, em não chamar o Gaúcho, sinaliza portas fechadas para o craque na Copa. Não acho.
Dunga deu várias oportunidades para Ronaldinho, quando o meia do Milan nem vivia um bom momento. O treinador não tem indisposição alguma contra o jogador. Penso que Dunga o convocará na hora certa, na derradeira hora, na convocação final para a Copa do Mundo.
E por que não agora, ora? Uma chamada neste momento talvez arrefecesse a motivação que Ronaldinho tem demonstrado, talvez apagasse a chama que o parece animar nos jogos do Milan, pelo menos neste ano. Dunga quer um Ronaldinho aceso até o Mundial. E a maneira de o continuar fustigando é não convocá-lo agora, mas também não fechar portas: Dunga tem feito exatamente isso. Ela sabe que o grande problema do Gaúcho nos últimos anos vem sendo justamente a desmobilização.
Ronaldinho provou muito, muito cedo; ganhou muito - títulos, honrarias e dinheiro. O craque não desaprende, e ele não contrapõe a máxima. Mas a cabeça cansa; aspectos anímicos pesam bem mais do que se pode imaginar. Dunga precisa de uma prova: a de que Ronaldinho Gaúcho está realmente a fim de brilhar na Copa da África. E o modo de obter essa prova é não oferecer o doce na boca do craque desde já.
Concordo com o treinador - se ele estiver concordando com o que escrevi. Sim, é apenas um palpite. Dunga pode ser turrão, bobo não. O treinador sabe que o Brasil precisa de alguém que faça o inesperado para surpreender essa objetividade marcada e decorada dos esquemas táticos atuais. No fundo, Dunga reconhece que o antídoto contra a idiotice da objetividade, na Seleção Brasileira, responde pelo nome de Ronaldinho Gaúcho.